[TRAMA] — O Choro de Deus - Caminhar

O céu estava escuro. Vontade de Deus? De Miguel? Os humanos achavam que em breve haveria uma tempestade. Mas era muito longe disso. O carbono da camada de oxônio estava se dissipando. A proteção da terra, desfalecendo. Quem ousaria ir contra a criação de Deus e contra a proteção de Miguel? Quem ousaria desafiar os anjos e iniciar um levante? A Morte? Não, muito mais ousado, o Arcanjo Caído, rebelado, agora solto pelo próprio Deus caminhava pela terra propagando destruição. Que ousadia! Quem Deus pensava que era para libertar o maior dos inimigo do Céu?

O vibrar das asas dos anjos ensurdeciam os homens. Anjos exasperados, com medo, fugindo da ira e da visão daquele que ousou desafiar o Senhor; caídos morrendo, anjos voltando ao seu lugar de descanso, cascas se dissipando dada a grande potência dos alados. Demônios caminhando pela Terra, archdemônios ousando proliverar o terror contra os benevolentes humanos de Deus! Ora, Lúcifer, o renegado, ex-enjaulado, tinha o poder de desfalecer os deuses pagãos, que ousavam predizer seus nomes e diminuir o de Deus, mas, se era assim, por que fazia o que fazia?

Os vampiros, lobos e outras criaturas deram pausa em seus conflitos. Seriam, portanto, aliados, uma terceira via da guerra que estava por vir. Os aliados de Miguel, subiriam ao céu, mesmo criaturas renegadas de seus clãs, subiriam ao altíssimo e onipotente encontro do Príncipe dos Anjos. Anjos caídos e anjos que não aceitavam a tirania do arcanjo ditador, planejavam uma revolta. Não podiam aceitar que o Céu fosse manchado com a entrada de seres destinados ao purgatório! Mas não ousavam reclamar, Miguel era forte demais.

O céu ribombava e assustava os jovens e insignificantes humanos. Até as mais profundas cavernas do inferno tremiam diante dos passos pesados de Lúcifer, seguido de seu exército. Os duques, os arcs, iam atrás seguidos de seus respectivos exércitos. Era hora da vingança, refletia Lúcifer. Mas algo ainda assustava o Arcanjo Sombrio. Por que Miguel ainda não fora ao encontro deles? Por que ainda não veio demonstrar sua inabalável onipotência?
O céu resplandeceu e a Terra se elevou em um ponto, explodindo em magma. Que anjo infeliz ousaria atrapalhar a passeata de Lúcifer na Terra? Era muita ousadia!

- Lúcifer.  – A voz grossa e fria ressoou nos ouvidos do arcanjo. – Quanto tempo...
- Morte. – Revidou o arcanjo parando a caminhada, fazendo com que seus seguidores parassem também. – Muito tempo, talvez uns cem anos? Desde os Winchesters...
- É, é verdade. – Sorriu, soturno. – Espero que se apresse. Miguel pretende explodir alguns planetas. – Gargalhou, desaparecendo da frente de Lúcifer, que  ficou olhando para um nada com uma face interrogativa. Achou que a idade estava chegando, pois a Morte sem dúvidas estava ficando louca. Por que satanás Miguel explodiria planetas?

E com esse pensamento, Lúcifer voltou a caminhar. Mas não esperava o que aconteceu, do céu, um gigante meteoro era mirado à Terra, seria a devastação total do planeta. Lúcifer gargalhou, a pontou a mão para a pedra gigantesca e balbuciou uma maldição antiga, rapidamente a grande rocha foi dizimada, sobrando apenas pó. Uma voz grossa e inabalável, mais fria que a da Morte ressonou em todo o globo terrestre, atingindo o ouvido de todos os seres que ali existiam, chegou até mesmo no purgatório.
- Ousaste desafiar a soberania daquele que reina. – Sua voz se tornou mais ríspida. – Sofrerá no ardor do enxofre e nem mesmo as boas almas sairão vivas da minha fúria! – E assim, o céu foi totalmente coberto por uma imagem abrasadora, um meteoro tão grande quanto o anterior e logo abaixo dele, quem o segurava, era Gabriel. O santo arcanjo mensageiro.

- Miguel te ordenas para que lute. Se vencer terá sua recompensa, se perder, sofrerá da ira do próprio Rei dos Céus. Bem sei porque Deus te libertou e bem sei seus caminhos de escolha. Sofrerá em todos eles. – Balbuciou para que todos no local ouvissem, seria o primeiro confronto.